sábado, 15 de outubro de 2011

A QUESTÃO DA FÉ


 O Homem, no cumprimento de sua saga existencial, invariavelmente pode ser considerado, tal como um herói que busca com todas as suas propriedades a realização de algum grande feito. No sentido de dar significado e estabelecer conexão com a totalidade do existir e, portanto queremos entende-lo num tripé: Ser, ter e fazer.

A nominação que poderíamos dar a essa volição chamamos de Adaptação.                    

            É inerente à espécie humana, esse instinto de busca, essa necessidade por assim dizer de decifrar-se a si mesmo, como forma de entender e assimilar sua origem, seu destino, da humanidade, de seu grupo de pertinência, como um todo. Até mesmo como uma defesa instintiva de autopreservação de sua espécie, o Hominal.

            Existe todo um legado cultural que poderíamos tomar como referência, como forma de endossar esta nossa proposição de que somos caçadores inveterados de nós mesmos. Procuraremos nos ater no caso aos parâmetros e dados norteadores dos estudos e menções das SAGRADAS ESCRITURAS, tão somente, uma vez que é este o foco cruciante de nosso estudo. Tomaremos outros referenciais, apenas a título de suporte e subsídio adicional, no afã de melhor enaltecer e relativizar nosso intento em relevo.

            O que é a vida?
            Por que e para que existimos?
            De onde viemos?
            Para onde vamos?
            O que, como, quando e Por que DEUS?
            E a Consciência? E o Inconsciente Individual e Coletivo ou Supraconsciência?
            “E a Funcionalidade e “fisiologia” da Alma Individual e da “Alma Mundi“?
            Voltaremos ao pó, já que viemos do pó?
            Voltaremos à LUZ, já que viemos da LUZ?
            Reencarnação ou ressurreição?
            Qual a correlação da árvore do conhecimento com a Consciência Egóica e como o EGO nos faz em expatriados do Paraiso?

            O Poeta já nos dizia que navegar é preciso e viver não é preciso, e realmente o inesperado está prestes a acontecer a qualquer momento. Vivemos sem uma bússola, que nos indique o rumo certo a tomar e essa incerteza nos confunde e nos deixa atônitos, conflitados e confusos e como diz Pierre Weill, sofremos da “Síndrome do Paraíso Perdido”, e isso acontece desde os tempos arcaicos expressados nas sagradas escrituras em Gênesis, como no agora, neste mundo plugado e massificado.

            Não existe nada de novo debaixo desse sol, mudam-se os personagens, as circunstâncias, mas a epopeia é sempre a mesma. A BÍBLIA é agora!

            A história da humanidade, do homem fazendo parte da conjuntura universal, é uma coisa relativamente nova. Isso se tomarmos como base os estudos científicos que apontam, para essa assertiva, ou seja, a criação divina esperou eras e eras cósmicas para fazer-se implantar nesse seu projeto de “fabricação da existência”, do cosmo enquanto firmamento, já que antes só existia a melodia cósmica, o Om o verbo. O homem veio afinar os “instrumentos da orquestra”, muito recentemente, sem sombra de dúvida.
Teilhard Chardim sugere ser o homem, a ponta mais evoluída do universo enquanto Consciência Cósmica e Infinita. E é com certeza, também, a mais moderna e atualizada!

Deus não joga dadinhos e sabemos mesmo que o acaso não existe. Todas as referências em relação à interação do indivíduo através das revelações, tão bem elucidadas nas sagradas escrituras, através dos “iluminados” santos e profetas, nos dão mostra fidedigna, de que a Inteligência infinita, que preferimos nominar de Deus, descerra de forma “clara”, para aqueles que sabem ler com o entendimento do coração. De que nós, como filhos, fomos criados, na mais perfeita objetividade dentro do projeto divino, para sermos serviçais, para atuarmos no “canteiro de obras do Edificador”.

Somos enfim aparelhinhos multifuncionais, que temos como propriedade e atributo central e primordial, a transformação de caos cósmico em ordem e perfeição cósmica e somos sapientes também que a tarefa é acobertada da maior dignidade e significância possível. Mas de igual sorte sabemos sim, que tudo isso se torna simples e maravilhoso. Só que não é nada fácil, e por isso mesmo o mestre JESUS, nos antecipa de que MUITOS SERÃO CHAMADOS E POUCOS SERÃO ESCOLHIDOS. Justamente porque, este mesmo amado mestre, acrescenta ser este caminho estreito e carregado de perigos. E é como nos diz São João da Cruz “é a própria TRAVESSIA NOTURNA DA ALMA”. E que “quem não der conta de fazer esta travessia, não merecerá desvendar e merecer o ALVORECER DE UM LINDO DIA”. Levando-nos a imaginar que para cumprirem-se as promessas de cristo, teremos que ser verdadeiros guerreiros da Luz, prontificados para o bom combate. E, sobretudo, só cumpriremos tal profecia, se dermos conta de “morrer” a nós mesmos, para ressurgirmos para a magnânima Renascença.
A energia Crística, tem como marca maior o AMOR UNIVERSAL e já nos foi dito que ninguém chegará ao Pai se não for via tais dotes referencias – O caminho a Verdade e a vida – Cristo. Só nos restando então colocar o pé na trilha dentro da proposta expressada pelo cantor/poeta, Gilberto Gil: Se eu quiser falar com Deus, tenho que calar a Voz, Se Eu quiser falar com Deus, tenho que ficar a sós, se Eu quiser falar com Deus, tenho que comer o pão... Mas também frente aos eminentes perigos e incertezas, temos o alento de que: “Andá com fé eu vô, porque a fé num costuma faiá!”.

A Raiz do sofrimento Humano está no APEGO e na IGNORÂNCIA e os Santos Evangelhos, insistem, repetem e recomendam a observância irrestrita de tais quesitos e “condítios”, para quem quiser participar do banquete, na mansão situada no condomínio da Vida eterna. E como a fé só tem validade se fizer acontecer nos parâmetros da rendição e nos vislumbres da mais alta sapiência. Temos que declinar a esta nobre verdade, requisitando todas as funções de nosso processo mental, da razão até a intuição, com os valores da função sentimento e com a inestimável destreza da sensação. Tudo isso para não cairmos na armadilha do engessamento no dogmatismo religioso e muito menos na neurose da inflação da mente. Ou seja, é uma patologia perigosa e tem nome, a tal de TEOMANIA. Além de outras inoportunas, além de inapropriados desvirtuamentos, que sabemos coibir e dificultar a abertura das portas do Céu, que é o que mais nos interessa.

Daqui para frente, tomaremos então as Sagradas Escrituras, procurando fazer uma análise dos meandros do exercício da fé e da aliança, pelos enviados de Deus.

Temos plena certeza, que descortinaremos através do citado estudo, o saudável encontro com um processo “religare” verdadeiro, de onde poderemos verificar apoiados no fato histórico, enquanto narração, o resguardo da perfeita relação de semelhança, no que tange a posturas parciais e individualizadas, entre cada um desses nossos ancestrais. Cada qual a sua maneira, com suas provocações, provações, revelações. Apesar de terem sido todos eles, ao mesmo instante, atores e espectadores em palcos longínquos enquanto tempo e espaço, mas participantes incontestes do drama Divino. Com todas as nuances de pertinência e domínio do Sagrado, contracenando com Deus, ator, diretor e produtor da infinita peça teatral, que costumeiramente, chamamos VIDA!
 
 A depender então, das condições de verossimilhança, respeitando-se as proporcionalidades e peculiaridades inerentes a tempo e espaço, entre cada uma das “passagens” poderemos assegurar, que temos um “manual de instrução”, com validade inesgotável. Para nós, para nossos filhos e todas as gerações futuras vindouras, como de igual forma o foram, para os nossos corajosos inspirados e majestosos heróis e mestres ancestrais, no relacionamento e interação no trato com o Sagrado. Este atributo é a nossa inteligência individual enquanto sapiência intelectual, emocional e espiritual, consolidando a inspiração enquanto aparato precioso, para merecer as benfazejas inspirações e revelações.

Teologia nesse âmbito tem o gosto e sabor de ser entendido como a Filosofia Perene. E calcados nesses magistrais ensinamentos poderemos dormir, viver e locomover com total segurança. Viva então o estudo, a fé e vivencia verdadeira, bem como o auto direcionamento e disciplina sob tais pretextos! Amém!











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