Adentrado que estamos no terceiro milênio, inseridos na “nova era”, testemunhamos o nascimento no seio da humanidade, de novas virtudes, de uma nova consciência, mais abrangente, universalizada e evolutiva, mais de conformidade com a unidade da existência e com a totalidade do ser, para alguns, denominada de consciência oceânica ou cósmica.
Teilhard de Chardin aponta que a jornada evolutiva cósmica, que o universo como um todo, está fundamentalmente direcionado para esta consciência super dimensionada, estando o homem conjugado com o todo na ponta deste processo.
Estamos sendo convidados gentilmente ou mesmo através de duras e severas repreensões do processo da inteligência divina a participarmos do entendimento e da consciência ampla de Deus, de assimilarmos a intenção e estruturação e finalidade do processo cósmico.
Nossa Psique total sofre alterações profundas. Nossa natureza perceptiva é presenteada com uma nova performance, com um alargamento de suas fronteiras, de maneiras amplas e abrangentes no tocante às funções do processo mental como um todo.
J.J. Wanderval eminente Teósofo, conclama que já vivemos a era do pai, estamos terminando a era do filho e entrado na era do Espírito Santo. Esotericamente o entendimento é que estamos saindo da era de peixes e entrando na era de Aquários.
Novas perspectivas estão surgindo com o ressurgimento de novos valores sociais, morais e éticos em que se considera o avanço tecnológico e industrial, como uma fatalidade, cujo ímpeto, espera-se, não será de pronto e facilmente apaziguado e contido, mas melhor direcionado, com uma missão mais congruente com esta mentalidade, mais tutelado e harmônico com este processo como um todo, respeitando-se esta evolutividade como o ponto máximo da razão de ser de todas as coisas, para minimizar-se asssim os efeitos colaterais e deletérios que vem assazmente, fragmentando e comprometendo a finalidade do homem em sua origem, finalidade e saga existencial, e porquanto, da mesma forma, a sustentabilidade planetária.
Juntamente com a globalização atual de nossa economia, procura-se acertar até certo ponto, uma melhor relação internacional, afrouxando-se as barreiras comeciais, buscando-se maior acordo diplomático. Todas as decisões tendem acontecer a partir de um concenso, busca-se na verdade, mecanismos saudaveis e transparentes de corrigirem-se transtornos e dificuldades de todos continentes, geralmente por blocos. Isto tudo é válido, é uma tentativa até cer to ponto acobertada de considerável significância enquanto peso de valor, dentro da ótica racional/materialista.
Espera-se a partir da implantação de tais ideologias o aniquilamento das forças que promovem a configuração do quadro social altamente conflitivo, presente e marcantemente vizualizado no dia a dia, quadro este por seu turno que tem tirado a tranquilidade de muita gente em todos os escalões, tanto do cidadão comum, como dos altos dirigentes que se ocupam de avaliar e conduzir os destinos de um povo, nação e da sociedade.
Nossa comunidade global está inebriada e ao mesmo tempo de ressaca em decorrência da eminente disparada da revolução tecnológica e industrial dos últimos tempos. Ao mesmo tempo em que existe uma celebração frente a tamanho êxito na consecução dos objetivos estipulados pelos ditames da norma sistêmica, percebe-se, por outro lado, um constrangedor encurralamento dos agentes mantenedores e precursores do sistema então “gloriosamente” estampado.
Promoveram-se inteligentes e rápidas mexidas no tabuleiro do jogo, experimentaram todas as possibilidades dentro de um plano racionalmente engenhado, o jogo não terminou e esta sociedade está no “curé”, não tem como ir adiante, não tem como recuar. E é aí justamente que simultaneamente rejubila-se o apogeu da vitória e o sentimento de derrota e de impotência em relação ao que fazer de qual o sentido da brincadeira.
Do jeito que as circunstâncias estão demarcadas e configuradas necessário se faz uma reflexão sobre todo o contexto no plano de sua significância e razão de ser. Precisa sim, de uma retomada da questão no plano essencialmente filosófico.
Chega-se enfim a um consenso de que o problema maior do desenvolvimento científico, tecnológico e econômico dos últimos anos, foi este desenvolvimento Ter acontecido desatrelado de correspondentes valores humanos, éticos e espirituais.
Temos que ser honestos em admitir que a tecnologia e os demais “progressos” de nosso tempo, ao mesmo tempo em que estão a favor de melhor qualidade de vida da humanidade, prestam-se também, indubitavelmente, a um enorme e cruel desserviço ao planeta terra.
Temos que ficar atentos e espertos na prática individual diária, TRANSFORMANDO-nos verdadeiramente como “cavaleiros da nova ordem”, se não quisermos postarmo-nos como figurantes do filme da consumação da profecia da QUEDA DA TORRE DE BABEL
Em reação a esta derrocada “materialista/desenvolvimentista, na outra ponta e biunivocamente
a este processo, desponta uma luz clareadora, que se espera será a chave para abrir o mundo para nova mentalidade, atrelando o altruísmo, o progresso a prosperidade à paz mundial, a maior entendimento entre todas instancias que digam respeito ao desenvolvimento da humanidade e do planeta terra. Esta nova maneira de assimilar e conduzir as coisas pressupõe uma visão integradora do todo, a não separatividade dos eventos e componentes do processo em suma. Este repique recebe o nome de MOVIMENTO HOLÍSTICO.
A UNÊSCO, ocupando-se desta mesma intenção, voltando-se principalmente para a preservação da paz mundial, reuniu filósofos, líderes religiosos, cientistas, prêmios nóbel, onde e quando propuseram e assinaram um tratado, que é hoje conhecido como DECLARAÇÃO DE VENEZA. Este ato repugna o descobrimento científico, seus avanços e conseqüências, para simplesmente fazer ciência.
A proposta é o desenvolvimento de uma interdisciplinaridade, em que se preconiza o encontro complementar entre ciência e as grandes tradições religiosas e culturais da humanidade, e esta configuração e que é em si só o MOVIMENTO HOLÍSTICO. É a síntese daquilo que já foi experimentado e vivenciado como verdade em todas as instâncias do saber humano, para resgatar-se a unidade primordial, unidade esta, sem a qual, perpetuar-se-á a destrutividade mútua, o GRITO HOLÍSTICO, então, objetiva sobremaneira, o surgimento de um homem novo de uma nova consciência ou mentalidade, de sorte a fazer acontecer o desmoronamento da velha ética que foi sustentada por uma cosmovisão maniqueista, visão esta que foi em toda a história da humanidade o mecanismo de sustentação das guerras e dos conflitos da humanidade, pela projeção do lado obscuro e sombrio de grupos, povos e nações em minorias étnicas e raciais.
O Psicólogo Suíço CARL GUSTAV JUNG, expõe com firme propriedade a questão acima apontada, onde ele descreve sua teoria, apresentando ao meio acadêmico e científico, uma saída nesta forma, para o problema cruciante do indivíduo neste aspecto. Jung via o homem e a humanidade ocidental como um todo, vitimada pela sua inconseqüente arrogância e miopia de seu posicionamento, posicionamento este que excluía DEUS nesta ingênua configuração. Segundo o mesmo o homem sofria e estava deverasmente neurotizado pelo simples fato de estar sofrendo de “TEOMANIA”, pela unilateralidade de sua alma, pelo puro predomínio da razão sobre toda a PSIQUE, e pelo represamento e repressão dos outros aspectos sublimes da totalidade álmica. Ele via a questão da PROJEÇÃO DA SOMBRA, como o fator causal do conflito social em todos os contextos de pertinência, seja ele familiar, religioso, político, etc.
O homem não reconhecendo estes aspectos “negativos” em si mesmo ou em seu grupo, e utilizando por estratégia de seu EGO, de maneira inconsciente, de mecanismo ou subterfúgio, como forma de preservar-se comodamente intacto, direciona sua energia destrutiva em suas amplas formas, ao seu semelhante, alertando ele para as terríveis desavenças, perseguições e rótulos que no decorrer da historia, temos presenciado por diversos registros, extraindo-se desta visão Junguiana a psicologia do BODE EXPIATÓRIO.
O GRITO HOLÍSTICO, que estamos ensejando, quer pregar a não separatividade, as vantagens do desapego, como forma de sairmos deste limbo espiritual, deste racionalismo cinzento desvestido de sentido, que não está levando a lugar nenhum. O movimento de per si, fundamenta-se na visão não fragmentária da vida, no continuum da existência, na máxima crística: “SOMOS TODOS UM SÓ”.
ALICE BAILEY em seu Tratado de Magia Branca escreve textualmente, que a natureza dualística da mente rasa e egóica é quem produz a ilusão, pois esta mente ou apresenta ao homem as chaves do reino dos céus, ou lhe bate na cara, a porta que o poderia conduzir às realidades espirituais e divinais mais amplas. A mente concreta é a causa de muitos males para a humanidade com certeza.
HELENA BLAVTSKY, em a Voz do Silencio , ocupando-se de idêntico pretexto e explanação conceitual, argumenta que a mente enquanto processo egóico é a grande destruidora do real, isto é, ela com sua atividade contínua, com seus raciocínios capciosos, faz com que identifiquemos a realidade com o mundo ilusório que conhecemos pelos sentidos, produzindo uma espécie de névoa, que nos impede o livre curso da intuição.
É bom que concebamos a INTUIÇÃO como sendo uma função vital no processo Psíquico, quando queremos evoluir no sentido da AUTO-REALIZAÇÃO plena, Que em outras palavras, seria o salvo conduto da felicidade tão proclamada. É ela, que aliada ao sentimento à Sensação e à Razão (pensamento), nos assegura a individuação, Como quer a boa orientação Junguiana, a qual entende ser a gênese do conflito do homem moderno a unilateralidade de sua alma, da supremacia da RAZÃO, em detrimento das demais funções, tornando-o NORMÓTICO.
O Paradigma racionalista/materialista tem como foco cultural a acumulação de riqueza material. A sociedade em sua forma ampla cultua tais valores ao extremo, deidificando a matéria, a posse, o poder pelo poder, desprezando por completo as orientações contidas no bojo de qualquer doutrina espiritual verdadeira. Nesta cultura o valor nobre, o que é sagrado é o ter é o representar-se maior é o consumir pelo consumir. O individuo na intenção de enquadrar-se nestes moldes, torna-se neurotizado, vivendo a Síndrome do Paraíso Perdido, atraindo para si e para o seu meio, toda sorte de conflitos e mazelas.
A saída então, neste vislumbre, seria buscarmos os mecanismos salutares, que nos levariam aos altos ideais da realização de nossa essência verdadeira, para tanto, requer-se de cada um de nós, a empreitada pelo caminho estreito, Crístico por assim dizer, para que galguemos instâncias substanciosas, que nos conduzam ao caminho de nossa salvação e realização individual, exemplos e símbolos são o que não faltam para nos propiciarem roteiros seguros, norteadores de nossa magnífica trajetória no bem viver e existir.
Ao procedermos a TRAVESSIA NOTURNA de nossa alma individual, estaremos, por seu turno e decorrência, operacionalizando nossa essência individual, ativando altruisticamente nossa catedral interna contida na “alma mundi”, já que pressupostamente intercambiamo-nos sobejamente com a mesma, portando-nos como luminescentes aparelhinhos transformadores de caos divino em ordem divina, donde e quando postaremos na máxima do Evangelho de Cristo de que poderemos fazer obras iguais ou maiores do que Ele, desde que trabalhemos para os Cé
us carregando responsável e humildemente nossa cruz, respeitando e amando nossos irmãos.